sexta-feira, janeiro 27, 2006
o conhaque se derramou nesta página
Eu gosto de escrever quando estou com a consciência alterada, como nestas noites, assim, um conhaque, alguma música, a imensidão do reino lunar fluindo frente a meus olhos, tudo acontecendo a meu redor, este cotidiano tão banal, fluorescente como cristal, neste tepo chuvoso eu gosto de escrever. Como um sonho que eu tive esta noite, enquanto os japoneses iam trabalhar, o sol da manhã acariciando-lhes as nucas nuas. Sim, o vento noturno me trouxe visões, carregadas de arqueologia, contos de antiqüário, viagens mesopotâmicas, Níniveh ressurgindo das cinzas aob minhas pás. Ali estava eu, descobrindo os segredos proibidos de uma civilização supostamente perdida, supostos escombros, um mafioso segredo por trás daqueles portões, Ishtar chorando em seu trono celeste, computadores e internet em Níniveh, almofadas novas e despensas cheias e bem conservadas em Níniveh, armas modernas em Níniveh. Eu e um amigo perdidos no Tigre, perseguidos e perdidos no Tigre, todos os portões fechados, sem possibilidades de sobrevivermos ao Tigre. E então o despertar. E é assim que eu gosto de escrever.
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