segunda-feira, julho 03, 2006

kallisti

Eu te desejei por tanto tempo, foram tantas as longas noites a imaginar, e finalmente estás aqui. Teu corpo junto ao meu, nossos lábios roçando, suspiros e afagos.

Passeio meus dedos por teu rosto, deslizo suavemente para a nuca, nossas línguas dançando uma valsa estelar. Puxo-te para mais perto de mim, corpos em chamas, a cama nos chama, nos traga, e assim nos jogamos nela. Nada mais em nossas mentes. Apenas nós.

A realidade é um sonho, tua voz um sopro em meus ouvidos, suspiros. Mãos fluindo pelas curvas... suaves, suaves, leves plumas carícias... lábios descem em direção ao queixo, pescoço, sobem pela face, orelhas, risos guizos, flor.

Aos poucos uma mão ergue tua blusa, descobrindo novas impressões, a outra em teus cabelos, rituais e orações. Nos afastamos um pouco, apenas o suficiente para que nossas camisas voem longe, junto com teu sutiã. Lábios queixo pescoço e desço, mergulho naquele ninho de fertilidade que são teus seios. Tuas mãos em minhas costas e um murmúrio: “amor”.

Dos morros prazerosos, corro ao vale que os separa, a língua em fogo desce e sobe, e desce outra vez, vou à planície. Teus olhos fechados, teu rosto um retrato do prazer, a respiração ofegante, oh meu amor. Vago sem destino pelas tuas formas curvas, brisa e orvalho, suor. Abro um botão, puxo o zíper, não há mais calças, e continuo pesquisando cada escondido recanto de teu corpo. Eu sou apenas olhos, lábios, língua, dedos... e uma vibração que sobe e toma conta de meu ser.

Nos esfregamos, gememos, rolamos e roçamos. Teu oásis está ali, a caravana chega e sacia sua sede em tuas águas doces, nossos corpos em movimento uníssono. Respiração coordenada, olhos nos olhos, as bocas loucas. Ahhh. Nós vivemos. Aqui. Agora. Nós. Óhhhh. Só. Sem memória futuro passado, apenas o vai-e-vem, somos. Anjos e Demônios. Soltos no tempo e no espaço, transcendemos o nosso corpo, o tudo deixa de existir. Nos entregamos um ao outro como os santos dos santos em sua adoração celestial.

Nossos egos se fundem, mãos e coxas, os seios túrgidos. Nos tornamos o movimento momento sentimento puro vivo pulsante pênis vagina imaginação prazer fluido pluma folhas de outono flutuando ao vento som cores vibração e vai e vai e ohhh sim ahhh aaaahhhhh aaahhhhh hhhhmmmm mmmmmhomogomahmmm








(p.s.: "kallisti", em grego, significa "à mais bela")

Um comentário:

Anônimo disse...

que bela descrição!!!

[anjo]