Isto eu escrevi anteontem no Don Juan. É um início de conto, mas não sei muito bem como continuá-lo. Parece que cheguei num impasse de onde não consigo continuar, sem destruir demais a história... aceito sugestões:
Ela estava com sua namorada. Era um dia normal de quinta-feira, de festa e de álcool, de alucinações no etéreo mundo dos catalisadores artificiais. E ela estava ali, naquele bar, naquele inferno astral, naquela noite de dia que nunca irá ter fim. Era trinta e um de outubro, o dia em que os pesadelos acordam. E eis que lá estava ela pensando em tudo aquilo, enquanto seu olhar vítreo vagava entra a mesa e a parede à sua frente.
- Querida, por que você está assim tão aérea hoje?
- Nada não. Acho que já tô meio bêbada...
- Mas você está assim desde de manhã, e nem começou a beber ain...
- Me deixa em paz!!!
"Paz", pensou ela, "é o que não existe neste mundo de angústias e catástrofes". E foi com sua mente já insana que ela se levantou da mesa e saiu, sem dar ouvidos àquela bela loira que gritava histéricamete seu nome. Caminhando, chegou à rua, ainda movimentada apesar da hora. Ao perceber que Ângela a seguia, começou instintivamente a correr em direção à calçada oposta, seus longos cabelos negros soltos ao vento. Porém, no momento em que ela chegou ao meio-fio ouviu às suas costas uma freiada e um grito. Ela virou-se. Um motorista consetrnado, Ângela caída em uma poça formada pelo sangue que dela jorrava em borbotões. "Carla!" foi a última palavra por ela pronunciada em vida.
Desesperada, ela saiu em disparada pela cidade. Apavorada, ela agonizava, dores sem fim. Cega à realidade que a cercava, Carla seguiu sua jornada através daquela visão alucinada. Mas aquela visão era apenas a realidade. O delírio simplesmente aprofundava e revelava a insensatez de um mundo em decomposição. Em decomposição, como aquele cheiro que repentinamente lhe penetrou as narinas. Enjoada, ela estacou e olhou ao redor. Uma cruz se erguia à sua frente e tumbas se estendiam a perder de vista em todas as direções. Carla se ajoelhou perante o crucifixo e vomitou a seus pés. Exausta, caiu no chão e desmaiou.
Um comentário:
esta otimo.
não precisa de um "fim".
deixa ele aberto assim mesmo.
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