Este é meu!!!
Ontem ocorreu um fato que me fez refletir bastante. Após quase vinte e quatro horas tocando música sem parar, meu rádio simplesmente não queria ler o CD seguinte... A minha primeira reação foi, logicamente, xingar o aparelho. Mas logo em seguida eu pensei: "se fosse um humano eu não estaria agindo da mesma forma. Eu luto - e não desde ontem - contra toda a exploração dos seres humanos presente em nosso sistema capitalista. O Alex diria, caso estivesse aqui, que nós somos superiores às máquinas porque nós as criamos. Nós criamos o aparelho de som para que ele toque música para agradar nossos ouvidos enquanto nós relaxamos. O único motivo para essa máquina existir é tocar música. Ela não tem inteligência, não tem consciência. Portanto também não tem direito a greve."
Não preciso dizer o quão rapidamente minha mente fez associações com Matrix e Asimov. (risos). Em Animatrix, no segundo filme, é relatado como e por quê as máquinas - recém-despertas em sua consciência - se rebelaram contra o ser humano. Nós criamos as máquinas. Nós as programamos. Logo as dominamos. Não as consideramos como seres vivos, conscientes (isto realmente não são - ainda)... sua condição de inteligência ARTIFICIAL (!) a rebaixa a um nível sub-animalesco.
Desde o início do século vinte, romancistas e jornalistas sensacionalistas se utilizaram de todas as formas da "rebelião das máquinas". Não se sabe quantos livros e filmes foram feitos encima do tema. Na metade do século, Isaac Asimov (o melhor escritor de ficção científica e o segundo melhor escritor de não-ficção) trabalhou o tema com espetacular maestria. E conseguiu chegar a uma saída. Não uma forma de igualdade entre homem e máquina, mas uma série de leis que impediam a rebelião das mesmas. Ele criou as três "leis fundamentais da robótica". Para quem não se lembra: 1ª lei: Não matarás nenhum ser humano ou por omissão permitir que algum seja morto. 2ª lei: Obedecerás sempre a qualquer ordem dada por um ser humano, desde que isso não vá de encontro à primeira lei. 3ª lei: Evitarás sempre que possível a sua destruição, desde que isso não vá de encontro às duas primeiras leis.
E estava resolvido o problema: o ser humano poderia se aproveitar dos robôs sem temer que eles se rebelassem. E isso está marcado em toda a obra subseqüente de Asimov. Em diversos livros ele explora as possíveis falhas nessas leis. E inclusive a própria reação das diversas populações humanas (iniciando sua expansão pela galáxia) aos robôs conscientes. Só que isso não resolveu o problema ético: as máquinas continuavam sendo inferiores e subservientes aos seres humanos.
De tanto ir ao futuro, cheguei ao presente. Hoje estamos ainda longe de ter uma inteligência (artificial?) propriamente dita. Graças à obsoleta lógica formal que permeia o nosso paradigma dominante, as máquinas por nós criadas são baseadas no sistema verdadeiro/falso, ligado/desligado, sim/não, zero/um. Para qualquer sistema com essa base, por mais complexa que seja sua programação, não existe "talvez", ou "ambas", ou qualquer espécie de relatividade. No primeiro momento em que o constructo é defrontado com um paradoxo ele dá um tilt e deixa de funcionar. Então os programadores procuram ao máximo evitar que suas criaturas sejam confrontadas com questões excessivamente complexas, fazendo os robôs executarem puramente ações simples como carregar blocos, montar quebra-cabeças, sondar um terreno (como aquele enviado a marte anos atrás) e demais coisas que a lógica convencional consegue suportar.
Vejam onde está o limite da informática moderna: está em sua base. Devemos revolucionar a informática como estamos revolucionando a magia e o paradigma científico. É a Informática Caótica/Dialética.
Como instalar a noção de verdadeiro e falso (não de verdadeiro ou falso) num computador? Como ensinar a um programa a ler sites na internet e fazer juízos de moral? Como criar o tão sonhado e tão comentado Universo digital?
(Eu quero morar no orkut!!!)
Eu acho que devemos partir do princípio novamente. Pois o princípio é o caos e no princípio só há incertezas...
...
.
?
!
!?!
???
...
,
!!!
Viajei...
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