Caminhava eu pela noite maringaense, procurando alguém, alguém a quem pudesse ligar esta hora da noite vazia só para ficar conversando e evitar que as aracnídeas teias do tempo enredassem minh`alma.
O Inverno já chegou e o tempo passa depressa. Já é julho e agosto será o mês que vem... e logo chegará e passará a Primavera e então terei vinte anos... e como tudo aconteceu tão bruscamente. Já nem sinto o correr dos dias em minha pele de cristal.
E o Inverno está aqui, dentro de mim, transparecendo em minhas mãos geladas, meus olhares frios e em meu sangue coagulado nas minhas glândulas lacrimais.
O Verão se foi e levou consigo os restos de minha adolescência. O outono caminhou nos ermos, recônditos profundos, de meu guarda-roupa arrastando consigo os vestígios de alguém que não está mais aqui.
Meus cabelos e barba caíram, revelando um rosto subestimado. Mudança externa, reflexo dos anos que se passam, dos sapados lustrados, da camisa listrada, dos olhos lacrimosos que já não brilham da mesma forma. Estes olhos esmaecidos que jorram emoções líquidas nos travesseiros noturnos também não são mais os mesmos, já não são mais... nunca foram quem eu pensei que queria ser.
Caminhava eu pela noite maringaense, procurando alguém. Apenas encontrei a mim mesmo. Enão voltei para casa.
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